Gêmeas Siamesas São Separadas em Cirurgia Complexa de 15 Horas
Kiraz e Aruna, gêmeas siamesas de 1 ano e meio, nasceram unidas pelo tórax e compartilhavam três pernas, além de múltiplos órgãos, como fígado, intestinos, genitália, ânus e abdômen. Após uma cirurgia de 15 horas, as meninas foram separadas com sucesso e, atualmente, se recuperam bem na UTI.
A cirurgia, realizada no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente de Goiânia (Hecad), teve início no sábado (10/05) e foi concluída neste domingo (11/05). As meninas, nascidas em Igaraçu do Tietê, no interior de São Paulo, seguem na recuperação pós-operatória.
O procedimento foi integralmente custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e contou com a expertise do renomado cirurgião pediátrico Zacharias Calil, uma referência no tratamento de siameses no Brasil. O custo da operação foi estimado em cerca de R$ 2,5 milhões devido à complexidade do caso, aos riscos envolvidos e à grande quantidade de profissionais mobilizados.
Os Desafios da Cirurgia
Kiraz e Aruna são classificadas como siamesas esquiópagas triplas, o que significa que compartilham órgãos vitais e possuem uma bacia em comum, além de uma perna. Durante a cirurgia, a terceira perna foi sacrificada para que a pele e os ossos pudessem ser utilizados na reconstrução das áreas afetadas.
A operação utilizou tecnologias de ponta, como o bisturi de argônio, um instrumento que corta e coagula com alta precisão. Além disso, um equipamento especializado aspirava o sangue durante a cirurgia, filtrava-o e o reintroduzia no corpo das gêmeas, conforme reportado pelo Mais Goiás.
Mais de 60 profissionais participaram da cirurgia, incluindo 16 cirurgiões de diferentes especialidades – como plásticos, ortopédicos, vasculares, urologistas e especialistas em aparelho digestivo – além de quatro anestesiologistas.
Preparação e Pré-Operatório
Há seis meses, as gêmeas passaram por uma cirurgia prévia no Hecad, essencial para a preparação para a separação. Durante esse procedimento, foram implantados expansores de pele, próteses de silicone colocadas sob a pele, que, ao serem gradualmente infladas, estimularam o crescimento de tecido suficiente para cobrir as áreas expostas após a separação.
Esse procedimento faz parte de uma série de cirurgias complexas realizadas pelo Hecad. Ao longo dos últimos três anos, o hospital se tornou referência em atendimentos de alta complexidade no estado, sendo o mais preparado para lidar com casos de separação de siameses, com ao menos 22 operações semelhantes realizadas até agora.
Força, Kiraz e Aruna! O Só Notícia Boa está na torcida!
Veja mais imagens das gêmeas siamesas separadas:

